Levantamos cedo, organizamos a bagagem, pois nossa próxima hospedagem seria em Mateiros, e caprichamos no café da manhã. Depois de um primeiro dia incrível, estávamos ansiosos para continuar nosso roteiro. Primeira parada: Cânion do Sussuapara – a 20 km de Ponte Alta.

A trilha para chegar ao cânion é tranquila, mas o trecho final… aff!!


Percebam minha habilidade para essas aventuras…

Mas não se preocupem, existem muitas árvores que servem de apoio e segurança para ajudar na descida. Mas recomendo ter um marido embaixo para amparar se necessário.
O local é formado por paredões de rocha com até 15 metros de altura, que se abrem formando uma pequena cascata conhecida por cascata dos desejos. Basta você entrar debaixo da queda d´água, fechar os olhos e pensar em um pedido.

Dizem que toda área do cânion já foi coberta por água. Os moradores mais antigos contam que o lago era bem fundo. Com o tempo, a areia trazida pelo rio foi aterrando o poço e, atualmente, a gente pode andar sobre ele tranquilamente. Outra história contada pelo guia diz respeito ao nome do cânion. Dizem que nessa região havia muito veado mateiro, que na língua tupi é suçuapara. Provavelmente, eles vinham atraídos água, mas hoje em dia encontrar com um desses por aqui ficou bem mais difícil.
Depois do Cânion seguimos de carro até a entrada para a Cachoeira da Velha, passando por uma fazenda que, conforme informações do nosso guia, pertenceu a Pablo Escobar, sim, o famoso traficante colombiano. Todas as estradas da região são de terra e bem confusas, por isso é indispensável o carro próprio e um guia.

Para chegar bem pertinho da água, existe uma passarela que tem vários pontos de descanso durante o caminho, que foram bem úteis para mim…


Caminhamos até o principal mirante, onde há uma vista maravilhosa da cachoeira. A Cachoeira da Velha é a maior e a mais conhecida do Jalapão. O volume de água é enorme, mesmo em períodos de seca. Ela tem duas quedas que fazem um formato de ferradura com aproximadamente 15 metros de altura e 100 metros de largura.


Alex, nosso guia, contou que a cachoeira recebeu esse nome devido a uma mulher que viva nas redondezas e amava o local. Ela passava horas, todos os dias, sentada nas pedras e admirando as quedas d´água. De tanto que ela gostava, dizem que quando morreu seu espírito continuou por lá, e que várias pessoas já viram o espírito da velha ali observando a cachoeira. Lendas do Jalapão, nós não vimos.

Por questões de segurança, não é permitido entrar na água. Óbvio né.

Seguimos caminhando até a prainha da velha, um longo e cansativo percurso. Os guias foram de carro, mas como somos muito aventureiros decidimos ir a pé… será que acertamos na escolha??

Théo, o caçulinha do nosso grupo, ia sempre a frente, nosso mini guia. A prainha é um lugar perfeito para se refrescar e aproveitamos o local para nosso pic nic almoço do dia. Cheguei bem plena ao final do percurso…



Enquanto nós aproveitávamos para refrescar e descansar os guias preparavam o lanche, mas não tem foto porque sempre atacávamos tudo com grande voracidade de seres esfomeados. E vamos seguir que ainda temos um grande espetáculo da natureza nos aguardando.

Seguimos de carro até as famosas Dunas, um espetáculo natural de areias que formam dunas de 200 a 400 metros, refletindo a luz solar em variados tons de dourado.

As dunas surgiram da erosão das serras rochosas da região ao longo do tempo. Do alto se avista a Serra do Espírito Santo, as veredas de capim dourado e lagos que são como oásis no meio de um deserto. Mais uma prova de resistência para conseguir chegar no alto, mas o espetáculo do por do sol no local compensa qualquer dificuldade. O visual é paradisíaco e rende fotos espetaculares.


Conforme o fim do dia se aproxima, o intenso dourado toma conta das Dunas. A areia ganha nova tonalidade e leva ainda mais beleza ao lugar. Em meio ao cerrado, o fenômeno único ajudou a dar fama ao Parque Estadual do Jalapão. A cada final de tarde, o espetáculo reforça que a beleza local é mesmo inesgotável.

E eu agradecia a Deus por mais um dia especial!

Final de mais um dia intenso e abençoado! Hora de descansar!!

Terminou o segundo dia, mas o Jalapão ainda tem muitos atrativos nos esperando… continua no próximo post.
Beijos revigorados com tanta beleza!
Lara Beatriz.
Um comentário em “Maravilhas do Jalapão: segundo dia”